🎧 O que ando ouvindo: outubro/2023
Yo La Tengo, Blonde Redhead, Sufjan Stevens, Devendra Banhart, Cleo Sol
O outono chegou com tudo em outubro. Os dias estão mais curtos, escuros, chuvosos e frios. Mesmo assim, tentei voltar à rotina após dois meses seguidos de perdas e luto. Voltei a escrever, a ir para a academia e para o escritório e a encontrar amigues.
Nessa época do ano, acabo ouvindo músicas mais introspectivas, aconchegantes e quentinhas, que me dão vontade de me enrolar numa coberta enquanto me esqueço do mundo lá fora.
Meu parceiro foi para Portugal e trouxe meias coloridas e pastéis de nata para mim, e eu ainda ganhei flores de lavanda de uma amiga querida; presentes que coloriram o meu mês além das cores do outono. Foi como se eu fizesse aniversário de novo. Que seja o começo de um novo ciclo!
Aqui estão alguns dos discos que andei ouvindo em outubro.
Yo La Tengo: This Stupid World
Autumn Sweater do Yo La Tengo é a trilha sonora de todos os meus meses de outono. Em fevereiro desse ano, a banda lançou o disco This Stupid World. Gravado e produzido durante a pandemia, esse foi o primeiro disco em mais de 30 anos de carreira que eles produziram sozinhos.
“This stupid world/It’s killing me/This stupid world/Is all we have”, Ira Kaplan e Georgia Hubley cantam na faixa-título. O sentimento é de não poder fazer nada enquanto o mundo desaba lá fora.
Se o estilo e a sonoridade das músicas trazem semelhanças com composições antigas, é nítido como a banda amadureceu. São músicas sobre solidão e finitude, mas sem serem sombrias, como um dia ensolarado e frio de outono.
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Blonde Redhead: Sit Down for Dinner
Lançado em setembro desse ano, Sit Down for Dinner é o primeiro disco do Blonde Redhead em nove anos. O título é uma referência ao livro The Year of Magical Thinking da escritora norte-americana Joan Didion, que abre com as frases: “Life changes fast. Life changes in the instant. You sit down to dinner and life as you know it ends.”
Resultado de cinco anos de trabalho do trio formado por Kazu Makino e os gêmeos Simone e Amedeo Pace, o disco reflete temas como mortalidade, envelhecimento e perdas.
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Sufjan Stevens: Javelin
Décimo disco de estúdio de Sufjan Stevens, Javelin é quase um disco de um homem só. Sufjan compôs, gravou e produziu as músicas quase inteiramente sozinho no seu estúdio caseiro.
Num post no Instagram, Sufjan dedicou o disco ao seu parceiro Evans Richardson, que faleceu em abril desse ano.
Para acompanhar o disco, Sufjan lançou um livro de 48 páginas que conta com ensaios e colagens criados pelo próprio artista. O disco fecha com um cover da música There's a World do Neil Young.
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Devendra Banhart: Flying Wig
Flying Wig é o décimo primeiro disco de estúdio da carreira de Devendra Banhart. Para esse disco, o músico buscou, nas suas palavras, “um som eletrônico, mas também orgânico e caloroso”. O disco, lançado em setembro desse ano, foi produzido por Cate Le Bon, que Devendra convidou com a intenção de explorar uma nova sonoridade diferente de tudo que ele já fez.
A gravação aconteceu num estúdio situado numa cabana na floresta em Topanga, na Califórnia, que já pertenceu ao músico Neil Young.
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Cleo Sol: Heaven
Heaven é o primeiro de dois discos lançados por Cleo Sol em 2023. Enquanto Gold tem uma pegada gospel, Heaven é mais melancólico e instrospectivo, com um som que combina neo-soul e R&B.
Segundo rumores, a cantora britânica faz parte do coletivo anônimo SAULT, que venho acompanhando desde 2020.
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Um abraço e até a próxima,
Maíra
Sinto muito pelo seu pai Maíra, mas é tão interessante também ver como você vai vivendo o processo, as coisas que vai percebendo